quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Last Christmas e a Freedom de George Michael


É incrível como a nossa vida é marcada pela cultura, pela arte, e neste caso especifico pela música.
Ao ler no dia 26 a triste notícia da partida prematura de Georgios Kyriacos Panayiotou "George Michael" acendeu em minhas memórias de infância uma música que mais associo aos anos do Sítio da Bela Vista, Afonsoeiro e Montijo que ficava a cerca de uma hora de barco do coração de Lisboa.

Era também uma altura que ainda pouco tínhamos saboreado da vida, mas tínhamos o essencial para a felicidade a união familiar, os amigos, a oportunidade e segurança de andar e correr pelas ruas sem colocar as nossas pequenas vidas em risco e sem conhecer os iPads da vida, mas já sentávamos nas escadas para os jogos de alguma outra forma da Atari e outros mais. Portanto é obvio que está no ADN humano o apetite por tecnologia e ficar grudados a qualquer forma de jogo digital. 





A Música de George Michael teve a capacidade de marcar as nossas outras vidas depois dessa fase por mais trinta e dois anos, e apesar dele assim como o rei do povo Michael Jackson terem partido a qualidade das suas vozes e entrega incondicional à música marcam indiscutivelmente os últimos trinta e seis anos dos ouvidos globais, e transformaram a forma de cantar e dançar por todo o mundo, a música no poder destes homens também foi usada para ajudar pessoas e famílias menos favorecidas em várias partes do globo, romperam barreiras da guerra fria e do capitalismo vs comunismo, juntaram raças e convicções diferentes. Portanto podemos resumir que pela/através da música eles (apesar/assim como todos nós temos os pontos de falha) justificaram a sua contribuição para a humanidade, e as suas obras/arte vão viver para sempre e irão continuar a influenciar gerações futuras pela positiva e para novos paradigmas.

É verdade que também tínhamos a música de Steve Wonder "I Just Call To Say, I Love You", que ficou varias semanas também no top 100, e todos os miúdos da altura que lá viviam sabiam cantar quer esta como a música de George Michael "Last Christmas".

Mas a confirmação da família de Michael pela imprensa veio abalar o mundo que quis como todos os apreciadores de um bom Fazedor acreditar que não fosse verdade:

“É com grande pesar que confirmamos que nosso filho, irmão e amigo amado, George, faleceu serenamente em sua casa durante o Natal”

Com Andrew Ridgeley em 1981, George Michael criaram a banda de muito sucesso no curto período que tiveram juntos que o mundo conheceu como os Wham! com a produção de três discos nos seus cinco anos de vida e com músicas já imortalizadas nos nossos ouvidos e culturas como o caso de "Wake Me Up Before You Go Go" e a estrondosa "Last Christmas", e no seu percurso a solo músicas como "Faith", "Freedom", "Don't Let The Sun Go Down On Me", "Jesus To A Child", "Playing For Time"

"It took me 38 years to realize my dream of performing at Palais Garnier Opera House in Paris" George Michael in his live album Symphonica.

Por isso não desistas dos teus sonhos, e nunca deixes de caminhar em direcção dos mesmos como fazem os grandes, mesmo quando levam 40 anos para os materializar. E para colocar mesmo um ponto de descanso hoje devo recordar que a grandeza de George Michael estava no coração e generosidade como apoiava as diversas causas e lutas pela igualdade e equilíbrio, resumindo "Quem Não Vive Para Servir, Não Serve Para Viver" e ele no meio de sua tempestade serviu certamente para viver e viveu. 

Video Clip: "Wham! - Last Christmas"


quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Posfácio do Livro ControVerso

Posfácio

Desde a sua apresentação pública no dia 31 de Janeiro de 2007, o Controverso guarda um valor memorável por ser o marco que serviu de trampolim do movimento jovem interessado em fazer literatura e que se destacou na segunda metade da década passada. Este livro impulsionou estratégias e acrescentou valores à visão de uma geração preocupada com a literatura e com os movimentos literários embrionários, volvidos cinco anos depois da guerra civil.

O Controverso foi o princípio de um desafio através do qual temos a honra de nos orgulhar sempre que fazemos uma retrospectiva do Movimento Lev’Arte, e de outros movimentos afins que surgiram, no curso destes seis anos de actuação no mosaico cultural angolano. Um símbolo de dedicação e de interesse pelo bem comum, pelo património literário recente catapultado por uma juventude sem tréguas. A génese do axioma fazemos acontecer.

A capitalização de recursos que ajudaram a financiar a primeira edição desta obra, tornou-se expediente de um modelo actuante e novo no âmbito editorial. Centenas de cópias de exemplares do Controverso foram vendidas no ano de 2006, muito antes da existência física do livro e quando não estavam ainda traçadas as linhas gerais do que seria a finalização do livro em termos tipográficos. O mérito desta proeza, antes de recair sobre o autor do livro, Kardo Bestilo, recai sobre os familiares, amigos e pessoas próximas que depositaram confiança num projecto cultural que se quis ambicioso e benéfico, sem fins lucrativos. 

O livro também ajudou a romper tabus e preconceitos que sempre se opuseram entre escritores da nova e da velha geração. Muitos destes preconceitos residem no critério segundo o qual os novos escritores pertencem a uma escola onde a literatura produzida obedece pouco rigor literário. Um tipo de juízo que consideramos frágil e isento de fundamentação teórica, no âmbito do que escreveu o Prof. Carlos Reis, catedrático da Universidade de Coimbra e especialista em Literatura Portuguesa dos séculos XIX e XX no seu livro O Conhecimento da Literatura.

Num futuro próximo, este livro vai fazer lembrar a força de uma época e de um movimento destemido à procura de liberdade artística, e ansioso nas construções de novas correntes estéticas. Será assim, à semelhança da avalanche que deu lugar à Semana da Arte Moderna no Brasil do Presidente Washington Luís em 1922, quando se reclamava a renovação de linguagem na liberdade criadora, da ruptura com o passado e a transição da vanguarda para o modernismo estético.

O Controverso de Kardo Bestilo é a mascote desta alvorada cultural e símbolo de uma vanguarda que surge com vigor inovador e renovador. Um livro de poemas aberto e versos vibrantes. Um retrato social, uma fotografia de comportamentos como frisam os versos do poema A Tua Vida é Minha, onde o Ministro faz gala do que é por pagar as contas da sua concubina. Um livro cheio de vida e de histórias que nos são comuns e sempre apelando em nós reminiscências de um passado glorioso.


João Papelo

Ensaísta


Luanda, 14 de Maio de 2012 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

"Eu Quero Ler"

"Eu Quero Ler"

Não Desisti de Sonhar

A Mbala Neto

As lágrimas e sentimentos em cada novembro solitário do teu abraço, as horas do desejo de ter um ombro com mais kacimbos e conselhos prontos para cada ocasião.
Mas quis a vida ser assim arrebatadora e fez questão de com a voz sob influência casar-te com a ausência física permanente e garantida.

Hoje num tempo tão distante mas ao mesmo instante como o andar da paixão, não existe um real movimento das lembranças e sentimentos, como dizia o postal na montra da tabacaria Tem-Tudo no Kinaxixi em 1987 "Quem ama nunca esquece, quem esqueceu nunca amou". Assisto mais uma vez o filme baseado na autobiografia de Nelson Mandela "Longo Caminho Para Liberdade", e não posso deixar de sentir arrepios, soltar a chuva no canto do meu olho, pensar em como a luta para a liberdade não foi só mel e morangos, houve a dor, a noite em nossas vidas e o Sol da liberdade pelo qual sonhaste e pelo qual tiveste disposto a sacrificar a tua juventude.

E chegou o momento em que quiseste mais do que a liberdade, exigiste para o teu povo a justiça e a partilha, e mais uma vez sem olhar para as lágrimas, o vestido pintado de preto, a  rosa vermelha debutada num precipício sem olhos para os feitos ou ideais que defendeste e para os quais estiveste disposto e que tenho a certeza que preferias aqui estar, mas por eles e por tudo o que nunca saberemos aqui não estás.

O bom é que não desisti de sonhar e lembrar o bom que nos deixaste, e como disseste a tua pele não foi feita para fazer cabedal. E como podes imaginar eu acredito em ti, é possível termos uma humanidade com mais amor, justiça e conhecimento, sem nunca mais voltarmos a guerras e deixar as intrigas de escritórios, as diferenças das bandeiras, as cores de pele opostas, os pensamentos e ideais  divergentes, quero continuar a sonhar que poderão continuar a partilhar o mesmo ar e viver no mesmo rio.

Por uma Humanidade com mais conhecimento e justiça não desisti de sonhar meu herói novembrinho.  

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Os Moxicanos e os Mutilados de Viana

By Kussi Bernardo

A memória de Tony Alexandre

Foge!!!
Corre....
Socorro!!

Ainda não tínhamos chegado aos acordos de paz de 1990 -91, e o tempo como sempre acontece não tinha decidido parar ou mesmo nos mostrar outro caminho. Parecia que o ano de 1987-88 era carregado de muito boas coisas apesar da guerra que nos rodeava, as notícias de mais uma bomba aqui, mais uma aldeia queimada ali, mais um recolher obrigatório aquela, mais uma rusga com sucesso no bairro x.

A nossa Viana de 1987-88 era um lugar próximo do paraíso apesar de toda a verdadeira e assustadora realidade do país e do mundo que ainda vivia com toda a garra a sua guerra fria, mas para nós era uma guerra bem quente no engaje, no kuando kubango, no Luena e atravessar com sucesso a canjala que hoje paramos para tirar uns selfies era uma obra superior a capacidade do super-homem ou homem-aranha, era uma coisa de verdadeiros heróis. Heróis a moda soviética, heróis de carne e osso e vida falível.

E no meio dos nossos campeonatos de futebol organizados pelo Lopito onde cada equipa participante pagava uma parte do campeonato com a inscrição, e o campeão levava toda a massa, nós jogávamos todos, uns com ténis, outros com chinelos, e outros sem chinelos, nem meias e nem ténis, mas jogávamos. Corríamos e jogamos o trinta e cinco e as escondidas na nossa inocência, e aos finais de semanas todos os encontros eram no Cine Kitumba para o filme do Gil dong, Gapa, ou Comando ou Godzilla ou o que na verdade estivesse disponível no cinema e sem muitas outras alternativas.

Bem era bom o tempo que passou com se pode lembrar com nostalgia qualquer pessoa que o viveu em Viana, mas ainda antes de terminar não posso deixar de falar dos bonecos do bumbo e o homem-banana ou o manda-chuva, mas não era este o propósito de ter aberto o baú das memórias, mas enfim...

... voltando ao cinema Kitumba, e ao motivo do título: Os Moxicanos 

Foge!!!
Corre....
Socorro!!

Quando chegavam rasgavam o silêncio, rasgavam o paraíso, a paz de Viana, corriam as senhoritas, lutam os jovens para proteger a dignidade da damas, eram as apanhadas violadas, era um caos... tinham chegado os moxicanos, os homens que vinham da frente de combate de acordo com a conversa no bairro. 

Estavam frustados e carentes de muita atenção e não respeitavam nada e ninguém. Tinham armas em punho, e a eles juntavam-se os mutilados que deviam ser heróis da guerra, mas eram simplesmente chamados de mutilados, sem um braço ou os dois, sem uma perna ou as duas, sem um olho ou os dois, sem uma combinação de membros superiores e inferiores completa, sem um abrigo próprio ou família por perto, e eram simplesmente mutilados e frustados. E a verdade é que mesmo com duas muletas corriam muito mais rápido que a maioria de nós e agrediam quem os abusa-se, e ainda batiam quem não os desse boleia.

Na realidade eu nem sei o que é 100% realidade e ou invenção, mas os "moxicanos" eram os chamados tropas destacados no Moxico, os "mutilados" eram os residentes da estalagem do quilometro 15 em viana que vinham para luanda para tratamento e desmobilizados da guerra quente.

Os Sete "7" Sem Ti

By Kussi Bernardo

A memória de António Sabalo

O tempo sempre foi um indivíduo muito integrante para mim, a palavra aqui escolhida é muitas vezes utilizada em metafísica e estatística para se referir ou identificar qualquer coisa singular, refiro-me a palavra indivíduo.

A sua forma invisível e instantânea que consegue dançar com os nossos sentidos, não pode deixar de tocar qualquer mente pensante. Olhamos para história da humanidade e as grandes questões de toda a humanidade sempre foram à volta do tempo. O sonho da criação da máquina do tempo, a capacidade de voltar no tempo e poder alterar ou corrigir alguma coisa. Mas o tempo é o tempo que nós não conhecemos e no final dos dias queremos sempre poder ter o controlo e a capacidade de ajustar o mesmo para os nossos desejos.

Como eu mesmo, e alguns cientistas em dado momento pensamos e arquitectamos uma formas de criar uma máquina do tempo para corrigir ou salvar uma dada situação da humanidade. Pelo que vemos nos filmes e que faz alguma lógica alterar um evento no tempo pode ter um "efeito borboleta" sobre o presente levando mesmo a inexistência de algumas pessoas do presente e como consequência uma mudança da história tal como a conhecemos.

O tempo em sete anos ou em uma década tem uma passagem muito rápida, mas a verdade é que quando olho para os últimos sete anos posso fazer uma balanço de feitos e transformações, mas não há como não balancear o número de pessoas queridas que deixaram de respirar e partilhar o nosso dia-a-dia, é bem verdade que também recebemos muitas novas pessoas em nossas vidas que também trazem alegrias.

O bom do tempo é que também grava em nossas memórias recordações que já mais esqueceremos assim como a tua gargalhada, os teus conselhos, a tua boa disposição e os teus ensinamentos que fazem de nós o que somos hoje meu pai. No entanto não deixa de ser verdade que gostaria que aqui ainda estivesses para uma boa conversa e aquela nossa troca de ideias para atravessar e gerir da forma mais ágil e estratégica as mudanças sem fim deste mundo em constante transformação meu Pai.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

E Todo o País Tem

O meu hino vibra comigo e faz acender as chamadas da angolanidade em mim...

Bem isso não é uma novidade para quem me conhece e nem para mim, mas nos últimos dias a minha filha de quatro anitos passa o dia quase todo a cantar o hino, e é de facto um sentimento de orgulho ouvir a minha princesa rosa a entoar com tanto carinho e repetidas vezes o hino que foi escrito na véspera da nossa independência formal dos quinhentos anos de invasão colonial.

Talvez o Manuel Rui tivesse tido outras vontades, talvez o Rui Mingas tivesse outro som em mente, mas foi o sentido de pátria, o furor da liberdade, a dor, a alegria, o sol e os sonhos realizados de um povo. A vitória das lutas de Jinga, Mandume, Mbala Neto, António dos Santos, António Sabalo, António Santana, Maria, João, Baltazar, Matoso e tantos outros nomes conhecidos e não conhecidos, que viveram e que não viveram o momento, mas que entre todas as coisas como cantou Teta Lando compreenderam os mortos porque morreram, festejam os vivos porque valeu a pena a independência, e grito eu é um Orgulho ter uma Pátria e um hino como o meu Angolano.


Hino Nacional de Angola

Ó Pátria, nunca mais esqueceremos
Os heróis do 4 de Fevereiro
Ó Pátria nós saudamos os teus filhos
Tombados pela nossa Independência
Honramos o passado e a nossa História
Construindo no trabalho um homem novo
Honramos o passado e a nossa História
Construindo no trabalho um homem novo

Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade
Um só Povo, uma só Nação!
Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade
Um só Povo, uma só Nação!

Levantemos nossas vozes libertadas
Para glória dos povos africanos
Marchemos, combatentes angolanos
Solidários com os povos oprimidos
Orgulhosos lutaremos pela Paz
Com as forças progressistas do mundo
Orgulhosos lutaremos pela Paz
Com as forças progressistas do mundo

Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade
Um só Povo, uma só Nação!
Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade
Um só Povo, uma só Nação!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

ESTÁ MAL...

By myself & KB

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Mal ou Mau

Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Porém, os seus significados são diferentes e devem ser usadas em situações diferentes. A forma mais fácil e eficaz de usarmos corretamente estas palavras é pela oposição, ou seja, utilizando seus antônimos e vendo qual está correto na frase. O adjetivo mau é o contrário de bom e o advérbiomal é o contrário de bem
fonte: (http://duvidas.dicio.com.br/mal-ou-mau/)

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"ESTÁ MAL..."


Ultimamente a expressão saí muitas vezes para dar uma volta pela cidade, a cada canto ou momento há sempre alguém solicitando por vício ou necessidade uns cinquenta kwanzas, como uma forma de protecção e algumas vezes como um manifesto do estado real do meu bolso.

O quadro económico e financeiro do país certamente é uma matéria para os especialista da matéria se debruçarem, mas na linguagem corrente podemos mesmo reinventa-la para dizer que o rio "kwanza" está sem corrente ou sem vida. Caso que se torna preocupante tendo em conta o impacto na sociedade e famílias no seu dia-a-dia. Quando olhamos para o nosso ponto financeiro pessoal em geral podemos sem muito estudo ou pesquisa social concluir que estamos num quadro cinco a dez vezes menos favorável que há dois anos atrás.

Naturalmente que não devemos ir em busca de culpados pela situação individual, mas no cômputo geral será que seremos justo em questionar os gestores da coisa pública ou os investimento e a sua aplicabilidade. Bem as dúvidas em tempos de pouco pão e nenhuma massa levam sempre a que todo membro da equipa/família/sociedade ache-se dono da certeza e razão.

Pessoalmente acredito e ainda sim vivo pelo que acredito quando digo que as desculpas pertencem aos fracassados. No entanto voltando ao motivo que fez com que eu partilha-se aqui algumas linhas hoje... Em alguns momento o facto de sermos bem-educados pode levar com que algumas pessoas sintam-se no direito de se aproveitarem do nosso bolso, mas ATENÇÃO não devemos deixar de ser educados e humanistas, como hoje começando pelo rapaz que lava o carro e vai receber o pagamento pela prestação de serviço, e nem com isso usou uma melhor técnica de negociação que poderia solicitar um adiantamento de cinquenta kwanzas, depois passei duas vezes pelo jardineiro que não resistiu em tentar a sorte na segunda vez de receber qualquer coisa para o matabicho.

Nós começamos a ter uma espécie de vírus de pedintes ou vidas fofas, o que faz com que um rapaz de vinte poucos anos chegar a gabar-se de não entender porque anda todo o mundo a reclamar da crise ou baixa do petróleo, quando segundo ele "nunca vivi também em minha vida, agora todas as damas gostosas da minha banda eu co... basta um jantar ou dez mil kwanzas, estão todas com fome...". De facto a fome pode atrofiar a mente e matar os valores, mas será que todos os pedintes em todos os diferentes níveis passam fome?

Agora desculpa-me querida leitora não vou escrever mais porque tenho que ir apanhar o carro que já está pronto e pensar no caso da PEP e Shoprite...

Até já!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Talvez

By Kardo Bestilo
03.08.2016 | Luanda

As palavras podem ser muito intuitivas ou abrir as portas da imaginação de um escritor/poeta como uma escada para o palco da imaginação ou criação.

O Poeta vê as palavras como imagens no seu processo de criação o que acaba por uma imagem chamar por outra e assim por diante, naturalmente que o processo não é necessariamente taxativo para cada criador.  

A palavra "TALVEZ" considero bastante inspiradora, o que podemos chamar de palavra de força, na minha escrita e forma de ver a vida. Naturalmente que há outras como "Oxalá" que gritam no meu interior em cada cruzamento.

Hoje estava a recordar, apesar de não saber nenhum de cor e salteado, alguns Poema que de alguma forma a imagem de "TALVEZ" aparecem de formas diferentes, mas representando a maneira como vejo a mesma. Para mim acaba por ser aquela palavra que representa a certeza na incerteza, a sensação de sabermos mas ao mesmo tempo existir a grande possibilidade de tudo o que é não ser. Acaba também por ser a plataforma das dúvidas das coisas que ouvimos, vemos, vivemos e como seres pensantes e feitos de emoções acabamos por normalmente no nosso dia-a-dia elevar ao nosso palco das relações pessoais e profissionais.

Num dos Poemas no livro "ControVerso" o "TALVEZ" aparece também na língua de Shakespeare e questiona a possibilidade de casar em maio e, já no outro a razão de ter um coração se me faz sentir e sofrer. Ainda no mesmo livro consta o Poema "Nada" que questiona o nada mas sempre com a opção que a palavra "Talvez" acaba de oferecer a humanidade de poder ponderar e optar. 

Talvez!

Talvez no final apenas seja uma probabilidade ou uma tendência que o Poeta vai apenas escrever quando tiver a viver um momento de emoção quer positiva como quer negativa. O grande desafio no final vai continuar a ser a necessidade de ter vezes suficiente a disciplina que é obrigatória num escritor ou pensador, escrever ou pensar constantemente, assim como é necessária nos atletas de alta competição se quiserem ir além de um "Talvez" e conseguirem um "Sim" de conquistas e medalhas de ouro. 

Fonte da imagem: http://www.tijolaco.com.br

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Uma Década a Levar Arte


"Um Dia tivemos a coragem de dar um passo...
... e seguiram-se mil e quinhentos passos,
e depois exponêncialmente voaram os passos de tão bem marcar em prol da Humanidade com mais leitura..."

Confesso o que no final tudo isto quer dizer: Não é fácil, não foi fácil e acredito honestamente que nunca será fácil, mas o bom é que é possível ser Levarteano e Fazer Acontecer Arte e o Gosto Pela Leitura entre os Humanos.


Kardo Bestilo

Eu Sou Lev'Arte
Desde 20 de Julho de 2006

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Pensar Lev’Arte em 2014

Kardo Bestilo |Coordenador Geral |Movimento Lev'Arte
8 de Julho de 2014  




Bom dia Amigos e Amigas,
Estamos precisamente no mês do Lev'Arte, o mês em que vamos apagar mais uma velinha desde que em 20 de Julho de 2006 (8 anos) começamos a caminhada que ainda nem ao meio do caminho chegamos com o Objectivo de Incentivar o Gosto pela Leitura e Escrita e Humanizar Através da Arte.
A jornada não tem sido fácil, mas tem sido todo o ponto e centímetro dela prazerosa, e nós acreditamos profundamente que se fosse fácil qualquer um já o faria e não precisariamos de correr por esta causa de "Uma Humanidade Com Mais Leitura".
Ao longo dos anos tivemos muitas oportunidades e parceiros que com o suporte e luz do criador permitiu-nos fazer da nossa máxima "Fazer do Impossível Possível para Acontecer Arte" uma realidade e uma marca Levarteana.
Nós podemos confessar aqui, nós não vimos os oito anos passar, mas as fotos e feitos comprovam que de facto passaram mesmo oito anos, hoje temos em cada um de nós uma pessoa melhor porque no processo de Humanizar Através da Arte acabamos por nos humanizar ainda mais a começar por nós.
Para os próximos quatro anos temos o desafio de conseguir fazer das bibliotecas em escolas públicas uma comodidade, em outras palavras uma coisa comum ou normal, com livros e acessibilidade para os alunos, temos a plena noção que não será fácil assim como em todos os nossos grandes e mesmo pequenos projectos não foram fáceis, mas vamos com base na nossa essência levarteana Fazer Acontecer, porque o que nós fazemos é benéfico para a Humanidade e para o Mundo.
Por "Uma Humanidade Com Mais Leitura" queremos também contar com o seu apoio para podermos receber de si e de cada pessoa que conhece uma simples doação de um livro para "Juntos Construirmos a Nossa Biblioteca em Cada Escola Publica".
O Lev'Arte é cada um de nós que queira um Filho, um Irmão, uma Tia, um Amigo, uma Mãe, um Pai, uma Filha, um Neto, uma Neta com hábitos de Leitura. Eu Sou Lev'Arte desde 2006, e tu?

O país para desenvolver precisa de pessoas que gostem de ler.
As universidades Angolanas para serem referência em Áfrika os estudantes precisam gostar de ler.
As empresas Angolanas para serem competitivas precisam de colaboradores que gostem de ler.
Os nossos alunos para serem os melhores precisam de gostar de ler. 
Eu Amo Ler, e tu?

Movimento Lev'Arte a 8 anos a Incentivar o Gosto pela leitura e escrita na Humanidade. 


Eu Sou Lev'Arte!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

The Power Of A Champion - Muhammad Ali

By Kussi Bernardo
10 de jun de 2016

When we are close to the giants we become something that just goes by.One day in 1999 we met a man who never stopped fighting for his believes and other people in need of a hero...
Apesar da sua limitação devido a síndrome de Parkinson na altura a cerca de 17 anos, Muahmmad Ali não deixou de encantar as crianças e ainda demonstrar alguns truques de mágia aquando da sua visita a londres como membro da campanha Jubilee 2000 que visava a redução da dívida de países em vias de desenvolvimento.
Recordo-me de as pessoas em Brixton não acreditarem muito na sua vinda quando distribuiamos os panfletos nos dias antes da actividade, mas inflamarem as ruas de londres e lutarem para estar próximo do campeão que não deixou de espalhar o seu sorriso de um homem que acreditava nas suas palavras e vivia por elas, "A força de vontade deve ser mais forte do que a habilidade."
Alguns pensamentos de Ali:
"O impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que prefere viver no mundo como ele está, em vez de usar o poder que tem para mudá-lo, melhorá-lo. Impossível não é um facto. É uma opinião. Impossível não é uma declaração. É um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário. O impossível não existe." "A força de vontade deve ser mais forte do que a habilidade."
"Campeões não são feitos em academias. Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro de si — um desejo, um sonho, uma visão."
"Deus não coloca um peso nos ombros de um homem se souber que ele não pode carregá-lo."
"É a repetição de afirmações que leva à crença. E uma vez que a crença torna-se uma convicção profunda, as coisas começam a acontecer."
"O homem que vê o mundo aos 50 anos do mesmo modo que ele via aos 20 anos perdeu 30 anos de sua vida."
"A amizade é a coisa mais difícil do mundo de se explicar. Não é uma coisa que se aprende na escola. Mas, se você não aprendeu o significado da amizade, na verdade você não aprendeu nada."
"O impossível não é um facto, impossível é uma opinião."
Muhammad Ali 

RIP

domingo, 3 de julho de 2016

Acesso ao Conhecimento

Todo o ser humano deve ter acesso ao conhecimento, e a leitura é o nosso pilar para edificar este desiderato...

Lev'Arte é 10

Kardo Bestilo

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Entretanto

By Kardo Bestilo
01 de Julho de 2016


O tempo pode passar e as noites serem de pouco sono depois de sentirmos a vontade e o desejo da manga. Entretanto são as conversas com as pessoas e a vivência em cada nova vida que nos fazem reflectir e deixar novas linhas do pensamento.

Por vezes não vamos saber ou ter a franqueza para poder identificar que conversas e com que pessoas nós vamos abrir o baú da famosa inspiração, mas os nossos filhos e filhas acabam por jogar um papel preponderante no processo.

Um dia no meio de tanta indecisão o meu filho na altura com pouco mais que quatro anos acabou por me ensinar que quando nós não decidimos alguém decide por nós, e o que ajudou-me a ver as coisas de um ponto prático bem diferente.

Outro dia a minha filha ofereceu-me um sermão gratuito de como devo continuar a escrever e o papel da escrita para a humanização e como consequência estou também desde ontem a manter uma nova disciplina de um mínimo de três postes por semana.

Entretanto aqui na banda temos muitos motivos para continuar a trabalhar no incentivo a leitura e levar o conhecimento às comunidades. Por isso o recado é simples e descrito na linha principal ou seja na imagem, precisamos de tomar as decisões de mudança para os maus hábitos, estado de vida e por vezes emocional. Precisamos de decidir mudar e mudar nos actos e no dia-a-dia de formas a adicionarmos mais valores positivos como a leitura e a humanização através da arte.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

O Tempo e o Silêncio

By Kardo Bestilo
30 de Junho de 2016

Antes de ontem uma pessoa amiga enviou-me uma mensagem pelo WhatsApp com uma foto silenciosa do tempo que o meu blog se calou, e para o silêncio da conversa apenas enviou a foto e não disse mais nada.

A imagem falou por mil e quinhentos silêncios em meus dedos e com as pessoas que dedicavam alguns minutos dos seus olhares e pensamentos para ler e pensar sobre os pontos aqui partilhados no passado, e em outros pontos do ponto da minha vida. Para quebrar esse silêncio hoje estou a partilhar em "Minhas Outras Vidas" um pouco dessa conversa que fala do tempo e do silêncio sem no entanto querer chegar a lugar algum se não o de acabar com o mesmo silêncio que faz do tempo a sua melhor e bem construída fortaleza.

Devemos questionar o tal de tempo e silêncio que vezes sem conta consome famílias e organizações, devemos mesmo ir mais longe e fazer o que parece difícil como acontecia antigamente quando os correios ainda não eram electrónicos, e tínhamos que pegar numa folha de papel e caneta, os primeiros momento assim como quando queremos começar a treinar eram mesmo muito difíceis o que fazia com que algumas pessoas ficam-se pela intenção. Mas para o meu espanto, ou que me lembre agora o tempo já corrido,  sempre depois de dar o primeiro passo as ideias, a saudade, a queixa, o lamento, a partilha da dor ou da experiência de vida do momento começavam a correr e em grupos por vezes conflituosos para ocupar o papel, o que permitia escrever as cartas para minha avó, para minha mãe e tias.

O que nos leva para um ponto de interrogação que irá culminar num ponto de exclamação para muitos, será que deveríamos forçar os alunos do ensino primário a escrever mais cartas físicas, ou os alunos do ensino médio a expôr as suas ideias em papel para não nos admirarmos com os alunos universitários não perderem o jeito que deve ser obrigatório de conseguir colocar as suas ideias por escrito, e como consequência termos profissionais que tenham um bom domínio da arte da comunicação ou a competência da comunicação para satisfazer efectivamente o seu ganha pão.

Como foi dito no segundo parágrafo apenas estamos a falar do tempo e silêncio, e não nos interessa aqui neste momento saber da virgulas necessárias para fazer com que as pessoas comecem a olhar para a leitura como um momento em que poderá haver um momento de silêncio frutífero para a sua formação pessoal e desempenho profissional. 

No entanto como o tempo  leva sempre a um ponto final vou deixar o meu desafio pessoal a solta de voltar com as reticências e um tema com um ponto que é a partilha do conhecimento e o papel da leitura em todos os actos do meu respirar...