O aumento da produção de viaturas tem baixado o seu custo a nível mundial, mas o preço de uma viatura em Angola ainda continua acima da média, apesar dos preços altos o número de viaturas nas estradas continua a crescer todos os dias. O Porto de Luanda continua a receber navios carregados de viaturas novas e também em segunda e terceira mão.
Conduzir em Luanda nos anos oitenta era divertido a qualquer hora do dia (excluindo a hora do recolher obrigatório). Hoje tirando os feriados, domingos e fora de horas (já não há recolher obrigatório) podemos considerar conduzir um acto de tortura emocional e social. O Luandense precisa acordar cada vez mais cedo para chegar ao trabalho, escola ou tratar de apenas um assunto pessoal.
Saísse de casa quase escuro e regressa depois do sol tombar. O relacionamento familiar é quase inexistente como refere o Poema a Morte da Família. A maior parte de nós já não almoça em casa com a família, mesmo trabalhando a seis kilómetros de casa.
Chegasse ao local de trabalho estafado. Atravessa-se uma batalha entre carros, camiões, motas, piões e comportamentos inadequados, ah! ia me esquecendo dos queridos buracos e lixo. Como consequência a produtividade laboral é afectada, o nível de stress cresce sem dificuldades, os acidentes quintuplicam, quase todo o carro tem pelo menos um risquinho do carro de um vizinho qualquer de estrada e na sua maioria azul ou branco.
As passadeiras para os humanos não são respeitadas, o dar caminho ou compreender a necessidade de um compatriota é motivo de guerra de palavras e buzinas. Acidentes desnecessários acontecem, a educação do Angolano morre. Os pobres policias de trânsito não conseguem gerir a indisciplina que gera os estúpidos engarrafamentos.
Em algumas novas vias expressas já não se sente tanto o dilema, mas nós temos hoje cenários de seis faixas no sentido inverso, e a novas estradas têm um máximo de 3 faixas oficiais. Portanto precisamos de nos reeducar senão não teremos hipóteses mesmo com as novas estradas em construção ou com uma política de matriculas impar e par à circularem em dias alternados. Podemos mesmo dizer que estamos a viver numa selva de cimento.
Este quadro vai afectar a nossa saúde social, os relacionamentos afectuosos, a taxa de natalidade, a produtividade nacional, o número de ataques cardíacos, a poluição, o cumprimento de horários, a qualidade de vida, entre outras coisas. E a mudança não depende apenas do governo ela deve começar em cada um de nós.
Luanda 15/10/2008
Conduzir em Luanda nos anos oitenta era divertido a qualquer hora do dia (excluindo a hora do recolher obrigatório). Hoje tirando os feriados, domingos e fora de horas (já não há recolher obrigatório) podemos considerar conduzir um acto de tortura emocional e social. O Luandense precisa acordar cada vez mais cedo para chegar ao trabalho, escola ou tratar de apenas um assunto pessoal.
Saísse de casa quase escuro e regressa depois do sol tombar. O relacionamento familiar é quase inexistente como refere o Poema a Morte da Família. A maior parte de nós já não almoça em casa com a família, mesmo trabalhando a seis kilómetros de casa.
Chegasse ao local de trabalho estafado. Atravessa-se uma batalha entre carros, camiões, motas, piões e comportamentos inadequados, ah! ia me esquecendo dos queridos buracos e lixo. Como consequência a produtividade laboral é afectada, o nível de stress cresce sem dificuldades, os acidentes quintuplicam, quase todo o carro tem pelo menos um risquinho do carro de um vizinho qualquer de estrada e na sua maioria azul ou branco.
As passadeiras para os humanos não são respeitadas, o dar caminho ou compreender a necessidade de um compatriota é motivo de guerra de palavras e buzinas. Acidentes desnecessários acontecem, a educação do Angolano morre. Os pobres policias de trânsito não conseguem gerir a indisciplina que gera os estúpidos engarrafamentos.
Em algumas novas vias expressas já não se sente tanto o dilema, mas nós temos hoje cenários de seis faixas no sentido inverso, e a novas estradas têm um máximo de 3 faixas oficiais. Portanto precisamos de nos reeducar senão não teremos hipóteses mesmo com as novas estradas em construção ou com uma política de matriculas impar e par à circularem em dias alternados. Podemos mesmo dizer que estamos a viver numa selva de cimento.
Este quadro vai afectar a nossa saúde social, os relacionamentos afectuosos, a taxa de natalidade, a produtividade nacional, o número de ataques cardíacos, a poluição, o cumprimento de horários, a qualidade de vida, entre outras coisas. E a mudança não depende apenas do governo ela deve começar em cada um de nós.
Luanda 15/10/2008
1 comentário:
Apoio plenamente Kardo.
O Pior é saber que a situação tende a piorar pois a cada dia que passa para além dos molhares de carros que entram em circulação há a cada dia um novo prédio a ser erguido.O pior é que o tal governo não tá na mesma sintonia que a nossa, ou seja parece que este assunto de engarrafamentos não lhes afecta.
Kiss for you
Daliberdade
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