terça-feira, 25 de março de 2008

República Popular

A mais de dezasseis, que o país da maravilha africana deixou de ser designado por República Popular de Angola. Com os ventos das mudanças globais e internas, as formas de ser e estar de uma sociedade Luandense, foram ganhando novos padrões e sobrevivendo a novos desafios. Para o olhar atento que carrego, venho notando que nós hoje somos a verdadeira nação do popular, apesar da controvérsia e, gritos em direcções opostas.

O que quero apenas partilhar é que, hoje os passeios têm donos privados para cada três metros, os pedaços de estrada têm donos = miúdos de carros(rua), a entrada do prédio tem dono, há ruas com dono, a água da EPAL tem um desvio para o tanque do dono, o selo oficial tem dono, os parques públicos têm donos privados, o nosso telemóvel tem dono(gatuno), a praia que nos viu crescer ganhou dono, a vida que deus nos deu também tem dono malandro. O mais controverso é que quando era República Popular de Angola, nenhum destes donos de hoje poderiam popularizar-se pessoalmente dos bens que eram de todos e não do popular menino de tal.

Kardo Bestilo
Luanda 25-03-08 * C142 – 21:28 pm

segunda-feira, 24 de março de 2008

JPED 4x4

Pessoas que nascem, residem e crescem em países em vias de desenvolvimento e, que devem sempre ler mais quatro (4) livros que uma pessoa de um país desenvolvido (UK, USA, Japão e Alemanha...) uma vez, que estas pessoas de países desenvolvidas estão mais expostas a novas tecnologias, feiras, exposições, bibliotecas, treinamentos grátis, experiências, debates, educação, escolas, colégios e universidades. O que faz com que possam ter a oportunidade de aprender por viver, ver, assistir, conversar e experimentar daí que não precisem de ler para saber o que é um pay-per-view e uma outra serie de coisas que já fazem parte do seu dia-a-dia o que não é verdade para a outra parte.

The Love Of Silence

Sometimes
Lost I find myself
Looking for nowhere to be found
Mind and body isolating
From the walks of a human world
My soul integrating in stone
Giving my spirit to the sand
And raising on the wind
When all I want to hear is
The love of silence
Namibia * 01/08/2005 * Swakopmund – 4.00 pm

In ControVerso 2006

quinta-feira, 20 de março de 2008

A Propósito de Escritores que Não Deviam Escrever

...Eu respeito a opinião de todos, só não concordo!

Parece um disparate, mas dia vai dia vem e como quem não espera, acreditando na maturidade dos interlocutores ainda vou ouvir e ler a mesma velha parvoíce.
Sim parvoíce, que não passa mais de uma construção burraica, carregada na ideia das mentes que são embebedadas por alguém que nem eles próprios o sabem. Falo dos defensores do que nem todo o mundo pode escrever.

Mas quem foi que disse que a escrita não é nada mais que um método de comunicar, e se concorda que assim o é, então certamente deve repensar como observa o fenómeno escrita. Sendo radical, aceitar que nem todos podem escrever é o mesmo que, dizer que nem toda a gente pode falar, contar uma história ou criar uma forma qualquer de arte. O que nos leva para a discussão sobre o que é ou não belo depois de passarmos por uma mesma escola, assunto que não me vou debruçar desta vez.

Agora para terminar, como pudemos ter escritores Prémio Nobel, se não temos não mais que dois escritores profissionais (assumindo que apenas pudemos chamar de profissão uma actividade que gera a nossa receita principal, quando falo do kumbu do final do mês)? E não são certamente os melhores escritores do universo, não temos um grande mercado interno, e continuamos a acreditar que nem todos podem escrever.

Quando na realidade para se ser escritor apenas precisamos de ter algo para dizer, uma experiência de vida, testemunho de um acontecimento, uma duvida, ler muito, escrever muito: imaginação, amor pelas palavras, observação, insatisfação com o seu próprio trabalho escrito, autoconfiança, inspiração, sorte (mas quanto mais se trabalhar/escrever = ++sorte), e a qualidade mais importante como todas antes “DISCIPLINA”.

Não pudemos nunca esquecer, atenção!
Escrever é uma arte. Muito poucas pessoas em todo o mundo escrevem com facilidade, mas como toda a arte, pudemos sempre aprender e melhorar todos os dias.

Kardo Bestilo
Luanda 19-03-08 * C142 – 19:11

Estou (K)hateado

Não vou dizer porque estou chateado, acredita meu leitor(a).
Mas realmente estou mesmo chateado, talvez comparado a uma nuvem cinzenta com raios de raiva e chuva de nervos. E ainda dizem que os Angolanos não são sérios.
Certamente que muitos e muitas bocas o dizem, os Angolanos não são sérios. Mas a realidade é que muito pouco conhecem de outros povos ou culturas, a verdade é que, pessoas não sérias existem desde o princípio da criação. Talvez por sermos um povo descendente do poder da palavra, ainda acabamos por ser muito mais sérios que muitas das amostras que circulam pela praia que banha este lindo povo e nação.

Muitos são os que dizem ser sérios e formais, solicitam os pedidos por escrito e a sua educação não os ensinou a responder pela a mesma via, se calhar até ensinou, só que a falta de seriedade que já é uma norma nas sociedades que constantemente importamos ou simplesmente nos invadem, acabam construindo a forte e falsa ideia de que os Angolanos não são sérios. Então será que alguém me responde que povo é cem porcento sério como o sonho que temos de pessoas que honram a sua palavra, e não me venham falar de americanos ou ingleses ou portugueses faz favor.

Ah! já me sinto melhor a 53%, mas realmente fazer-me sair do meu canto e brincar com um ser do Sambila, requer ser muito corajoso ou simplesmente não ser uma pessoa séria como fez hoje o ...

Kardo Bestilo
Luanda 19-03-08 * C142 – 18:22